sexta-feira, 30 de julho de 2010

Educação em pauta 'Falta muito, mas já melhorou'

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BRASÍLIA - Em entrevista à jornalista Catarina Alencastro, o ministro
da Educação, Fernando Haddad, diz que o Brasil percorreu menos da
metade do caminho rumo a uma educação de qualidade. Segundo ele, será
difícil alcançar a meta prevista para 2021, pois ainda falta fazer o
dobro do esforço feito até agora.

Por que o Brasil demorará tanto tempo para alcançar os países da OCDE?
FERNANDO HADDAD: Porque esses países priorizaram a educação lá atrás.
O Brasil começou a priorizar a educação agora. Em 1994, não faz tanto
tempo assim, o Brasil aprovou emenda constitucional retirando recursos
da educação. Dez anos (de prazo para alcançar a meta), você acha
muito? São mais dois governos. Há estados que são governados pela
mesma força política há 20 anos e estão exatamente na mesma situação
de 20 anos atrás.
Dois governos é tempo razoável para mudarmos a situação da educação?
HADDAD: Para atingir o patamar de excelência dos Estados Unidos, da
Itália, da Espanha, considero uma meta ousada. A Irlanda levou 40 anos
para atingir o patamar.
É possível antecipar o cumprimento da meta?
HADDAD: Na verdade, se mantivermos o ritmo atual, essas metas serão
antecipadas. Mas duvido que isso seja possível.
Por quê?
HADDAD: O ritmo está bem forte. O Ideb subiu um ponto em quatro anos.
Subir um ponto significa que os alunos do 5 ano do ensino fundamental
em 2009 têm a proficiência que alunos do 7 ano tinham em 2005. É como
se o brasileiro tivesse saltado dois anos em escolaridade.
Com a nota 4,6 nós ainda estamos reprovados?
HADDAD: Quando você fala de uma escala de 0 a 10, você passa a falsa
impressão de que faltam 5,4 pontos para a gente ter uma educação de
qualidade. Na verdade nós aumentamos 0,8 e falta 1,4. Então, nós
cobrimos quase 40% do percurso em quatro anos.
Mas ainda não chegamos a ter uma educação de qualidade, concorda?
HADDAD: Falta cobrir 60% do percurso. Isso significa que nós vamos
estar numa situação de países que têm duas ou três vezes a renda
>itaÉ difícil reconhecer que o Brasil ainda não tem um ensino de alto
nível?
HADDAD: Não é isso. Se a qualidade estivesse caindo, o sinal que você
tinha que dar para o sistema era de alerta. Nós, felizmente, tivemos
uma inflexão dessa curva, que era decrescente. Desde 2005 é crescente.
Então o sinal que você tem que passar é que temos um caminho pela
frente. Mas temos que sinalizar que estamos na direção certa. Se eu
não passar essa mensagem, à frente do cargo em que estou, posso
sugerir para os 200 mil diretores e 2 milhões de professores que
estamos vivendo a mesma situação de dez anos atrás. E não estamos. Na
verdade, nós começamos a vencer a batalha. Falta muito ainda, mas a
tendência é positiva.

Pontal: porque São Paulo falhou e o Paraná acertou

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – Na confluência entre os rios Paraná e Paranapanema se encontram também os limites de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. Toda aquela região pode ter sido geograficamente homogênea no passado, mas, ao longo do tempo, a gestão e as políticas públicas próprias de cada Estado resultaram em diferentes dinâmicas socioambientais e em distintos estágios de desenvolvimento econômico, social e urbano.

As divisas interestaduais, originalmente formadas por linhas imaginárias – eventualmente arbitrárias –, transformam-se em limites entre realidades efetivamente distintas.

A fim de compreender e descrever esse tipo de processo, um grupo de pesquisadores está trabalhando, desde 2006, no Projeto Temático "Dinâmicas socioambientais, desenvolvimento local e sustentabilidade na raia divisória São Paulo-Paraná-Mato Grosso do Sul", apoiado pela FAPESP.

Coordenado por Messias Modesto dos Passos, professor do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Presidente Prudente (SP), o projeto tem a colaboração de pesquisadores de diversas outras instituições brasileiras e estrangeiras.

De acordo com Passos, a região das divisas estaduais fornece um modelo interessante para a compreensão do processo. As reflexões feitas pela equipe poderão posteriormente ser aplicadas para a análise de outros casos nos quais ocorrem diferentes formas de integração em parcelas territoriais pertencentes a âmbitos regionais distintos.

"O trabalho também tem o objetivo de contribuir para que as três parcelas se articulem, de modo que as experiências bem-sucedidas em cada uma delas sejam inseridas na política territorial de geração de renda e de desenvolvimento socioambiental", disse à Agência FAPESP.

Para compreender esses processos, os pesquisadores abordam a discussão por diferentes perspectivas, que incluem estudos sobre meio ambiente, desenvolvimento rural, planejamento urbano e dinâmicas socioambientais e territoriais.

Um dos elementos centrais do projeto é a noção de raias divisórias: áreas de intergradação nas quais os processos se manifestam segundo uma lógica de descontinuidade objetiva da paisagem.

O conceito começou a nascer, segundo Passos, durante a elaboração de sua tese de doutorado "Pontal do Paranapanema: um Estudo de Geografia Física Global", defendida no Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP), em 1988.

"Durante os estudos sobre o Pontal do Paranapanema, percebi que os limites do oeste paulista são válidos para alguns fenômenos, mas não para todos. Naquele momento, grandes usinas hidrelétricas estavam sendo construídas nos dois grandes rios e esses processos e impactos eram extrapolados para os Estados de Mato Grosso do Sul e Paraná", disse.

A insatisfação do geógrafo com as limitações dos conceitos tradicionais de fronteiras políticas voltou à tona quando, a partir de 1994, começou a participar de programas de estudos conjuntos das universidades de Salamanca, na Espanha, e de Coimbra, em Portugal. Com apoio da União Europeia, o programa sediado na cidade portuguesa de Guarda passou a se dedicar a estudos transfronteiriços nos dois países ibéricos.

"As discussões sobre as regiões transfronteiriças, embora aplicadas a limites internacionais, foram um molde para a elaboração de uma alternativa conceitual que contemplasse estudos sobre aquelas três parcelas territoriais do noroeste do Paraná, oeste de São Paulo e sudeste de Mato Grosso do Sul", disse.

Com formação de geógrafo, Passos se dedicou também ao longo da carreira a estudos sobre biogeografia. A interface com a biologia forneceu a ideia de raias divisórias a partir de artigos do biólogo Paulo Vanzolini a respeito de especiação biogeográfica.

"O conceito se aplicava a essas cisões sem caráter de divisão administrativa. Eu diria que as raias divisórias podem ser vistas também como uma impermeabilidade acentuada entre as parcelas do território submetidas às definições e redefinições territoriais mais ou menos independentes", afirmou.

Em 2004, a Pós-Graduação da Unesp em Presidente Prudente propôs ao pesquisador a criação de um projeto de estudos em conjunto com o Instituto Florestal de São Paulo sobre um parque florestal localizado na região. A partir daí, o Projeto Temático começou a nascer com o envolvimento de equipes de consultores internacionais ligados a universidades de Portugal, Espanha e França.

"Na equipe brasileira, temos pesquisadores dedicados às temáticas de recursos hídricos – ligados a comitês de microbacias da região –, dinâmica atmosférica, clima local e cenários paisagísticos. Fomos costurando todas essas particularidades para formar um projeto que contemplasse a gestão social, as dinâmicas territoriais e o uso da terra", disse.

O objetivo fundamental, segundo Passos, é fazer diagnósticos dos contrastes e conflitos socioambientais nos municípios dos três Estados e chegar a prognósticos que permitam subsidiar políticas públicas no futuro. O projeto envolve o diálogo com as prefeituras e câmaras municipais e a participação de estudantes de diversos níveis – da iniciação científica ao pós-doutorado.

"Trata-se de um projeto muito aberto dedicado especialmente às questões ligadas ao meio ambiente do território. No entanto, não falamos do meio ambiente de forma abstrata e setorizada, mas sim na perspectiva da complexidade e da gestão territorial. Isto é, estudamos o meio ambiente em toda sua diversidade não apenas natural, mas também social, econômica e de políticas públicas", afirmou.

Diferenças marcantes

A região se tornou praticamente um laboratório ao ar livre. No Pontal do Paranapanema, no lado paulista da região, os pesquisadores verificaram que há uma rede urbana muito pobre, com sérios problemas de gestão. No Mato Grosso do Sul, a característica predominante é a da grande propriedade pecuária. Do lado paranaense, há uma intensa articulação de políticas públicas, com a formação de consórcios de municípios.

"No Paraná, é comum que cinco ou seis municípios criem consórcios para lidar com os problemas e programar políticas públicas. Mas a rede urbana existente é densa e favorece isso. Outra característica que diferencia muito as duas parcelas é que, no Paraná, a gestão de políticas públicas é trabalhada em parceria também com a iniciativa privada, o que não ocorre em São Paulo. As cooperativas paranaenses têm um papel muito importante na gestão do território e na motivação econômica", disse Passos.

A história da estrutura fundiária paranaense ajuda a explicar por que a parcela paranaense permite hoje associações políticas mais elaboradas. A cultura do mundo rural no Estado é mais diversificada, com grande presença da economia urbana, envolvendo frigoríficos, indústria de laticínios, múltiplos usos do solo, policultura e um mercado de compra mais estável.

"No Pontal do Paranapanema o cenário é de uma pobreza muito maior. A região tem uma estrutura fundiária muito mais concentrada, com pouquíssima participação da iniciativa privada. Há a atuação importante de organizações não-governamentais na gestão de políticas públicas, mas elas concorrem umas com as outras e agem sem integração. Entre as prefeituras, a desarticulação é total", explicou o professor da Unesp.

Do lado sul-mato-grossense, uma das características marcantes é a expansão do capital gerado a partir do noroeste paranaense e do oeste paulista – não do próprio Pontal do Paranapanema, mas de regiões como a de Araçatuba. "Muita gente se desloca de outros pontos do Mato Grosso do Sul para explorar as fazendas de pecuária na área próxima à divisa com São Paulo e Paraná", afirmou.

Atualmente, uma característica comum às três parcelas é o impacto da expansão da cultura de cana-de-açúcar e das usinas de álcool. Nos três Estados há grandes projetos de expansão da cultura canavieira, com verticalização da produção de álcool, açúcar e energia. Tudo isso tem impactos socioambientais de grande escala, segundo ele.

"A cana-de-açúcar, em um primeiro momento, fixa-se em propriedades médias e grandes. Mas, em uma segunda etapa, seduz os pequenos proprietários, modificando de forma muito profunda a questão fundiária, as formas de uso da terra e o desenvolvimento social", afirmou Passos.


http://www.agencia.fapesp.br/materia/12551/linhas-nada-imaginarias.htm

terça-feira, 27 de julho de 2010

"A Bolívia não tem indústria química e o Brasil é o maior fornecedor de precursores químicos para os refinadores bolivianos de cocaína"

José Serra, entre drogas e alucinações

Quando ministro da pasta da Saúde, o atual candidato José Serra jamais se preocupou com a questão das drogas ilícitas, no que tocava ao tratamento do dependente químico e psíquico e na formação dos agentes de saúde. Sua gestão, no particular, foi marcada pelo descaso e pelo desrespeito aos direitos humanos.

No ministério, ele se revelou incapaz de compreender que estava diante de um grave problema de saúde pública. E os aumentos relativos ao consumo e à oferta de drogas ilícitas causavam consequências sociossanitárias de grande monta. Apesar disso, fez de conta que o problema não existia.

Ao primeiro Fórum Nacional sobre drogas ilícitas e álcool, Serra virou as costas. Pela primeira vez realizado no Brasil, tratava-se de um fórum multidisciplinar e voltado a consultar e debater com a sociedade civil uma nova política sobre drogas proibidas, isso nos campos da repressão, da prevenção, do tratamento e da reinserção social. Serra não deu o "ar da graça"ou justificou a ausência, para um auditório de mil participantes.

Como ministro da Saúde, José Serra jamais compareceu às anuais Semanas Nacionais sobre Drogas (englobava o dia estabelecido pelas Nações Unidas para conscientização sobre o problema das drogas proibidas nas suas convenções). O então ministro da Saúde adotava comportamento único, diverso dos que se envolviam: presidente FHC, ministro da Educação, chefes das casas Civil e de Segurança Institucional, secretário nacional de Direitos Humanos, senadores, deputados, governadores, prefeitos, vereadores, procurador-geral de Justiça, ministros do STJ, juízes, procuradores e promotores de Justiça, advogado-geral da União, sindicalistas, membros de ONGs, líderes empresariais. Até a torcida do Flamengo, dos demais clubes, federações e confederações esportivas. Todos menos Serra.

Como candidato à Presidência, Serra sentiu-se, com relação às drogas ilícitas, legitimado a identificar traficantes internacionais. No dia 26 de maio deste ano, acusou o presidente boliviano Evo Morales de "cumplicidade" com o tráfico de cocaína para o Brasil. Para Serra, 90% da cocaína consumida no Brasil é boliviana e Morales não faz o "controle desse contrabando"(sic para contrabando).

Serra não sabe que para a elaboração do cloridrato de cocaína, a partir da folha de coca, são necessários insumos químicos: éter, acetona etc. A Bolívia não tem indústria química e o Brasil é o maior fornecedor de precursores químicos para os refinadores bolivianos de cocaína. A dupla via não é percebida por Serra, apesar de pagamentos de muitos "pedágios".

Reza um ditado popular que "quem sai aos seus, não degenera". O candidato Índio da Costa não degenerou. Seguiu Serra na indicação de traficantes internacionais. Só, trocou Evo Morales pelo PT. No fundo, uma alucinação de Índio, que se qualifica como candidato à condenação por autoria de crimes contra a honra e, no juízo civil, indenizações por danos morais a todos os filiados do PT.

Nem contumazes criadores de factoides, como as agências norte-americanas DEA e CIA, chegaram ao grau de irresponsabilidade de Índio da Costa, que mostrou a todos o quanto a sua cabeça é desmobiliada.

Por outro lado e no campo das drogas lícitas, Serra, à frente do Ministério da Saúde, deu à questão do alcoolismo um tratamento indigno, ou melhor, não fez nada. Quando prefeito da capital de São Paulo, autorizou o seu secretário de governo a construir obstáculos de modo a impedir que alcoolistas e mendigos continuassem a repousar debaixo dos viadutos e pontilhões. Sua meta era expulsar os carentes para conquistar as elites. Um "higienização", à Hitler e Carlos Lacerda.

Ainda quando prefeito, Serra vestiu indumentária fundamentalista e populista antes envergada por Andrew Volstead, autor da chamada Lei Seca, que fez a fortuna da Cosa Nostra sículo-norte americana, e por Rudolph Giuliani, que perseguiu violentamente bebedores de cerveja, afrodescendentes e imigrantes. Com a política de "tolerância zero", Giuliani, depois do seu segundo mandato e quando se percebeu que desrespeitava direitos humanos, encerrou melancolicamente a carreira política: desistiu da candidatura ao Senado, pois não venceria Hillary Clinton. Posteriormente, não conseguiu se habilitar para concorrer à Presidência.

Serra, à época de sua Lei Seca, ignorou ensinamentos fundamentais, ou seja, o de que a prevenção ao alcoolismo começa nas escolas, públicas (municipais e estaduais) e privadas. Mais ainda, não entendeu necessários programas informativos e de tratamento médico nas fábricas e demais locais de trabalho.

Na visão canhestra de Serra, a "lei seca" paulista serviria para baixar os índices de criminalidade. Serra demonstrou desconhecer as verdadeiras causas sociais de aumento da criminalidade: desemprego, desigualdade, discriminação, má distribuição de renda, baixa escolaridade.

http://www.brasilianas.org/blog/luisnassif/o-ministro-serra-e-as-drogas#comment-117778

Wálter Fanganiello Maierovitch

Por Julio Cesar Macedo Amorim

Carta Capital n˚ 606

Coluna Linha de Frente – por Walter Fanganiello Maierovich

Famílias de baixa renda são enquadradas em critérios para receber descontos na conta de luz

Sabrina Craide

Repórter da Agência Brasil


Brasília - As famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), que tenham renda familiar mensalper capita de até meio salário mínimo, vão pagar mais barato pela conta de luz. Elas serão enquadradas nos critérios da Tarifa Social de Energia Elétrica, que concede descontos de 10% a 65%, de acordo com o consumo.

Antes, esses descontos eram concedidos às residências que tinham consumo inferior a 80 kWh por mês. O subsídio também irá beneficiar indígenas e quilombolas, que terão desconto de 100% para os primeiros 50 kWh mensais.

As mudanças foram aprovadas hoje (27) em reunião da diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A retirada do benefício dos consumidores que tinham direito a receber a Tarifa Social deve ser feita pela Aneel a partir de novembro, e concluída em um prazo de 24 meses.

Para as habitações multifamiliares, popularmente conhecidas como cortiços, onde não é possível instalar mais de um medidor, a distribuidora deverá manter medição única para as habitações. O desconto, nesse caso, deverá ser aplicado de forma cumulativa multiplicado pelo número de famílias que utilizem a mesma unidade consumidora.

As distribuidoras de energia terão 60 dias a partir da publicação da resolução para informar a todos os consumidores das classes residencial e rural, por meio de mensagem na fatura de energia elétrica, a respeito do direito à Tarifa Social.

http://agenciabrasil.ebc.com.br/web/ebc-agencia-brasil/enviorss/-/journal_content/56/19523/1007473

Edição: Antonio Arrais

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Desmatamento ilegal caiu 22% desde 2002, diz estudo britânico

O desmatamento ilegal nas florestas de todo o mundo caiu 22% desde 2002, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Real de Assuntos Internacionais (conhecido como Chatham House), da Grã-Bretanha.

O estudo, que o instituto diz ser a maior análise sobre a questão já realizada, indica que as maiores quedas no desmatamento foram verificadas no Brasil, na Indonésia e em Camarões, três dos países com as maiores áreas florestais.

No Brasil, a queda no desmatamento nos últimos oito anos teria sido de entre 50% e 75%, enquanto que na Indonésia teria havido queda de 75%, e em Camarões, de 50% no mesmo período.

Segundo a Chatham House, a pressão dos consumidores, as restrições legais dos países importadores de madeira e o destaque nos meios de comunicação contribuíram para a queda no desmatamento.

Ainda grave

Apesar disso, Sam Lawson, o principal autor do estudo, afirma que o corte ilegal de árvores continua a ser um grande problema no mundo.

“Quedas de 50% a 75% parecem muito, mas temos que ter em mente que o desmatamento ilegal era um problema tão grave nesses países que, mesmo com a redução substantiva, ainda é um problema grave”, disse ele à BBC.

“Na Indonésia, por exemplo, 40% do corte de árvores ainda é ilegal”, disse ele.

Segundo o relatório, tanto grandes e ricas corporações quanto empresas pequenas e artesanais promovem o desmatamento.

Iniciativas

A última década viu várias iniciativas com o objetivo de reduzir o desmatamento ilegal, tanto em países que produzem madeira quanto naqueles que a importam.

Países signatários de um acordo da União Europeia sobre florestas passaram a ser obrigados a fornecer apenas madeira cortada legalmente, em troca de ajuda financeira e técnicas para tornar sua produção de madeira sustentável.

Os Estados Unidos aprovaram uma emenda a uma lei que impõe sanções sobre qualquer empresa ou pessoa que importe madeira ilegalmente.

Na semana passada, o Parlamento Europeu aprovou uma medida semelhante.

Medidas como essas estão forçando as madeireiras a operar sistemas que permitem a identificação do produto, no qual a origem de cada pedaço de madeira pode ser em princípio verificada.

Japão e China

O estudo da Chatham House diz que está na hora de o Japão, que importa a maior quantidade de madeira per capita do mundo, aprovar leis semelhantes.

Mas outros países asiáticos também preocupam a organização. “A China está se tornando cada vez mais um importante importador, mas não é somente para seu próprio consumo”, afirma Lawson.

“A China está cada vez mais atuando como um país de processamento, como a fábrica do mundo. Por isso, muito da madeira produzida ilegalmente passa pelas fábricas chinesas e termina na Europa e nos Estados Unidos”, diz ele.

A Chatham House pede o banimento pela China e por outra das “fábricas do mundo”, o Vietnã, da importação de madeira ilegal e a adoção de uma norma para que toda a madeira usada em projetos do governo tenham certificados de fontes legais.

“Esses são dois passos que já se provaram os mais efetivos nos países consumidores”, afirma Lawson.

Para Sam Lawson, porém, novas reduções na escala das verificadas no estudo não serão fáceis.

Estabilidade

Em países produtores de madeira, o estudo indica que os fatores que se provaram eficientes para combater o desmatamento ilegal são a estabilidade política e a aplicação efetiva da lei.

Isso gera preocupações sobre importantes países com grandes áreas florestais e não cobertos no estudo da Chatham House, como Madagascar e a República Democrática do Congo.

Para o comissário da União Europeia para o Desenvolvimento, Andris Piebalgs, a melhor maneira de combater o desmatamento ilegal é “demonstrar, com exemplos positivos, que os países se beneficiam muito mais se agirem para combater o corte ilegal de árvores”.

“Países com recursos bem administrados terão muito mais dinheiro para desenvolvimento”, afirma.

Apesar dos avanços, o estudo indica que a cobertura da imprensa sobre o desmatamento ilegal está em declínio, em parte por causa das melhorias conquistadas, e em parte porque muitos grupos de ativistas se voltaram a outros temas, principalmente para as mudanças climáticas.

O processo de discussão do combate às mudanças climáticas na ONU, porém, tem o potencial de ajudar a conter o desmatamento, ao recompensar financeiramente os países em desenvolvimento pela proteção de suas florestas, diz o documento.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Editais de Captação de Recursos!!

Confira os editais selecionados pelo GAIA (Grupo de Aplicação Interdisciplinar à Aprendizagem):

Com prazo de inscrição com vencimento em Julho



British Council inscreve para programa Climate Generation
Prazo: 08 de julho + Informações



HSBC abre inscrições para apoio a projetos de educação
Prazo: 16 de julho + Informações



Inscrições abertas para o Prêmio BRASIL SOCIAL 2010
Prazo: 23 de julho + Informações



Oi Futuro abre seleção para projetos de desenvolvimento de tecnologia social em todo o país
Prazo: 26 de julho + Informações

Com prazo de inscrição com vencimento em Agosto/2010



Prêmio Itaú de Finanças Sustentáveis abre inscrições

Prazo: 10 de agosto + Informações



Abertas inscrições para a seleção pública do Programa Petrobras Ambiental

Prazo: 19 de agosto + Informações

Prêmio Citi Melhores Microemprendimentos abre inscrições para a edição 2010
Prazo: 31 de agosto + Informações



Fundação O Boticário abre processo seletivo para projetos de conservação
Prazo: 31 de agosto + Informações

Editais permanentes


Projetos direcionados a pessoas cegas recebem apoio permanente
Prazo: Permanente + Informações



Fundação Interamericana (IAF) aceita propostas durante o ano todo para seu programa de doações
Prazo: Permanente + Informações



Para saber mais, acesse www.gaiasocial.org.br

O Relatório!!!

Um sexto da humanidade consome 78% de tudo que é produzido no mundo

Dado é do relatório "Estado do Mundo - 2010"; versão em português lançada na quarta-feira (30/6) já está disponível em PDF

Estado_Mundo

O Instituto Akatu e o Worldwatch Institute (WWI), organização com sede em Washington, lançaram na manhã quarta-feira de (30/6), a versão em português do relatório “Estado do Mundo – 2010”. O documento é uma das mais importantes publicações periódicas mundiais sobre sustentabilidade.

Clique aqui para baixar o arquivo na íntegra.

http://www.akatu.org.br/akatu_acao/publicacoes/reflexoes-sobre-o-consumo-consciente/estado-do-mundo-2010-transformando-culturas-2013-do-consumismo-a-sustentabilidade

Curso de Educação Ambiental na Sala Crisantempo com Instituto 5 Elementos - Coordenação de Mônica Borba - Faça sua inscrição para participar da 6ª tur

http://i247.photobucket.com/albums/gg155/goosgoosgoos/educacaoambiental.jpg

Esta será a 6ª turma do curso de educação ambiental, que tem como objetivo contribuir para ampliar a consciência ambiental despertando a importância para a mudança de hábito de consumo, além dar suporte a seus participantes à implantação projetos de EA em empresas, ONGs, escolas, parques, comunidades, etc.
A Educação Ambiental é, em todos os estágios e modelos de aprendizado, fundamental para a formação pessoal e profissional do ser humano, valorizando a conexão com o meio natural e os recursos que ele oferece. O curso utiliza de processos colaborativos e, acima de tudo, humanísticos.
Quem ministra os encontros é a pedagoga Mônica Pilz Borba, fundadora e coordenadora do Instituto de Educação e Pesquisa Ambiental 5 Elementos. Também teremos a professora convidada Sandra Marcondes advogada, mestre em Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente. As aulas irão ocorrer na Sala Crisantempo de agosto a novembro as segundas- feiras à noite das 19h às 22h e dois encontros especiais no CEA HSBC SP, e num parque público aos sábados.

Informações e inscrições:
Telefone: 11 3871-1944

Cananéia recebe o III Encontro Acadêmico-científico de Resgate, Recuperação, Reabilitação e Reintrodução à Natureza de Animais Marinhos

A comissão organizadora é composta por profissionais exemplares na área de medicina veterinária e universitários, entre eles M.V. Cássia Del Valle, M.V. Pollyana Pires, Prof. Celso Martins Pinto, Prof. Rafael Garabet Agopian, Acad. Silvia Beatriz Dias Alves Portela, Acad. Leandro Souza dos Santos, Acad. Nathália Notarnicola de Moraes e José Eduardo Xavier e Silva.

O Encontro tem objetivo de estruturação de um fórum permanente de discussões e de construção do conhecimento sobre as espécies marinhas que são encontradas no litoral sul do Estado de São Paulo e de outras localidades que apresentem relevância quanto à preservação. Além disso, pretende também promover debates, palestras e apresentações acadêmicas e científicas diversas para a difusão do conhecimento sobre as espécies marinhas, sua diversidade e complexas relações ecológicas, atividades antrópicas e estratégias de conservação das mesmas, bem como a capacitação dos futuros profissionais que têm interesse nesta área de atuação. Viabilizar recursos técnicos, logísticos, estratégicos e ambientais para o resgate, recuperação, reabilitação, identificação e reintrodução à natureza dos espécimes que necessitarem de intervenção profissional, através da participação de instituições governamentais, Universidades e ONGs que desenvolvem projetos ambientais no litoral sul de São Paulo.

O público-alvo do evento são profissionais e estudantes das áreas de medicina veterinária, biologia e afins que tenham interesse nas ocorrências, trabalhos de resgate, recuperação, reabilitação e reintrodução a natureza dos espécimes encontrados nas praias, costões, cercos de pesca, etc. do litoral sul de São Paulo em condições de risco, bem como adquirir novos conhecimentos das espécies marinhas e litorâneas que necessitam de especial atenção quanto à conservação, políticas públicas e destinação.

Os interessados podem se inscrever através do site: www.enacres.com.br, onde também estão disponíveis as informações sobre a programação, hospedagem e valores de inscrição. Também está disponível alojamento em escola municipal da cidade.


Mais informações através do e-mail celsomp@uol.com.br ou enacres_cananeia_2010@yahoo.com.br.